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Hackathon para Impacto Social: Transformando a Educação com IA

Atualizado: 24 de out. de 2024

Por: Pollyana Azevedo.


Introdução


"Como podemos dar espaço e fomentar inovações rápidas e disruptivas na Fundação 1Bi?"


Bom, somos uma organização sem fins lucrativos com o grande sonho de trazer tecnologia para facilitar o dia a dia de professores e professoras da Educação Básica pública brasileira. Porém, como unir nosso know-how, nossa vontade e o engajamento do time AprendiZAP para inovar e, assim, aumentar o acesso de tecnologias emergentes de forma totalmente gratuita?


Foi assim que decidimos parar a equipe toda e promover o primeiro Hackathon da 1Bi, algo como uma maratona que reúne especialistas para criar soluções inovadores em um curto período de tempo. Só isso já traz uma certa ousadia que não é tão fácil de ser implementada diante de toda uma rotina constante de discovery e delivery de nossos produtos já existentes. Mas, na 1Bi, a gente gosta de ousar.


O Hackathon reuniu nossa equipe de inovação, conteúdo, design, dados e engenharia para explorar e revolucionar a forma como a Inteligência Artificial é utilizada em ambientes educacionais. Começamos com uma grande ideia: como usar de forma assertiva o uso de IA de forma a apoiar, e não substituir, o trabalho árduo dos educadores? 


A agenda do Hackathon foi estruturada para ter uma duração de 10 dias úteis e dividimos o time em duas equipes. Nos primeiros 5 dias, bloqueamos a agenda de todo o time para uma imersão total no desafio de entender os diversos usos e tendências de IA. Estudamos Inteligência Artificial, educação e como conectar essas duas grandes áreas nos baseando na nossa missão, visão de produto e valores. Tivemos momentos de brainstorming, tomadas de decisão e, ao fim da primeira semana, cada equipe trouxe uma proposta de solução prototipada pelas pessoas de design. Na semana seguinte, o foco foi do time de tecnologia e engenharia em desenvolver, testar e implementar as soluções de cada equipe. A seguir, irei descrever a estrutura do hackathon, as metodologias aplicadas e os resultados alcançados. Vem comigo?


Metodologia do Hackathon

Para tornar o Hackathon possível, uma parte importante foi a estruturação de uma metodologia. Nesse sentido, seria importante dois pontos: utilizar bem o tempo disposto pela equipe, mas trazer um formato no qual o conhecimento obtido durante os primeiros dias fosse posto em prática.


Assim, fizemos uma combinação das metodologias Design Sprint e Challenge Based Learning. Ao integrar essas abordagens, a estrutura ágil do Hackathon seria mantida pela proposta Design Sprint, porém com ênfase na investigação aprofundada para soluções de problemas sociais reais, característico do framework CBL.Abaixo, explico as abordagens e como integramos:


Design Sprint

Design Sprint 1.0 por Jake Knapp


Com a metodologia desenvolvida por Jake Knapp e renomada pela Google Ventures, o Design Sprint poderia nos auxiliar no mapeamento, ideação e prototipação de soluções na primeira metade do hackathon. Adaptamos a metodologia à nossa rotina e cultura já estabelecidas e a utilizamos como um norteador de ações. Assim, dividimos em cinco etapas: Entender; Esboçar; Decidir; Prototipar; Testar.


Challenge Based Learning (CBL)

Challenge Based Learning pela Universidade da Cidade de Dublin (DCU)


Já com a metodologia CBL, cujo nome traduzido para o português é Aprendizagem Baseada em Desafios, a intenção foi propor resoluções para desafios sociais e relevantes de forma colaborativa. Os participantes são motivados a refletir e formular perguntas essenciais e questões-chave para dimensionar o desafio, e ao longo do processo adquirir conhecimentos que ajudarão nas propostas de soluções. O CBL é dividido em três fases principais: Engajar; Investigar; Agir.


Estrutura do Hackathon

Então, seguindo para a estruturação da agenda do hackathon, busquei as similaridades das duas abordagens que seguem princípios em comum no processo de design. A combinação do Design Sprint e do CBL permitiu uma abordagem holística para o hackathon em que, de forma ágil, pensamos no impacto social das soluções. Na agenda, dividimos em quatro fases principais:


  1. Entender e Definir (Dias 1 e 2):

    • Utilizando a ideia inicial da metodologia CBL e com o intuito de nivelar conhecimentos entre os participantes, o primeiro dia foi reservado para pesquisarmos sobre o uso de IA na educação. Essa temática serviu como o ponto de partida do hackathon, ou seja, a Grande Ideia, proposta pela CBL.

    • Assim, pela Design Sprint, os times começaram identificando problemas reais na educação e novas tecnologias para elaborar conexões essenciais que nortearam o hackathon. Esta etapa inicial garantiu que todas as soluções fossem relevantes e centradas nas necessidades reais dos usuários.

    • Por fim, todos puderam trazer referências, estudos e insights sobre a temática para enfim cada squad definir os objetivos, métricas e riscos da solução.


  2. Gerar e Refinar Ideias (Dias 2 e 3):

    • Para a geração de ideias, aplicamos técnicas de brainwriting como Método 365 e técnica de esboços rápidos como Crazy 8s. A primeira técnica permitiu a participação integral de todos da equipe e a segunda possibilitou que até mesmo quem não desenhava pudesse esboçar e visualizar ideias que se complementaram. 

    • As equipes discutiram e votaram nas melhores ideias, criando wireframes e planejando protótipos.


  3. Prototipagem e Testes (Dias 4 e 5):

    • Nessa etapa, os participantes construíram protótipos rápidos e realizaram pesquisas com usuários reais. O feedback obtido foi essencial para ajustar e refinar as soluções.


  4. Desenvolvimento e Iteração (Dias 6 a 10):

    • A partir dessa fase, o foco foi no time de engenharia. Continuando com a abordagem iterativa do Design Sprint, as equipes desenvolveram e refinaram suas soluções.

    • A abordagem CBL continuou a guiar a investigação e a coleta de dados, assegurando que as soluções fossem relevantes para nossos usuários e que pudessem ser postos em prática e lançadas para o uso em escala.


Métricas e Resultados


Destaques dos Projetos


Os projetos desenvolvidos abordaram diversos aspectos da educação com IA, incluindo temas latentes como personalização do aprendizado, educação inclusiva, automação de tarefas administrativas e gamificação do ensino. Cada equipe apresentou seu projeto em formato de pitch, destacando suas principais funcionalidades e impacto esperado.Uma de nossas soluções foi utilizar Inteligência Artificial para dar "vida" à nossa Mari, a assistente virtual do AprendiZAP. Assim, com boas práticas e o uso assertivo dessa tecnologia conseguimos auxiliar nossos professores e professoras com apoio pedagógico de qualidade. Essa solução pode ser utilizada tanto na própria plataforma do AprendiZAP Professores, quanto pelo número de WhatsApp (11) 3230.2918 para criar planos de aula, tirar dúvidas dos professores, gerar conteúdos personalizados, entre vários usos para educação.



Como uma segunda solução, pensamos em experimentar a funcionalidade de Registros com o propósito de fazer registros sobre as aulas, facilitando relatórios e insights sobre as turmas e alunos.


Conclusão



A primeira edição do Hackathon da Fundação 1Bi foi uma experiência transformadora que demonstrou o poder da colaboração interdisciplinar e das metodologias ágeis na criação de soluções inovadoras para a educação. A metodologia proporcionou um processo estruturado, porém adaptável, garantindo que as soluções desenvolvidas fossem práticas, relevantes e impactantes.


A partir disso, o formato deu extremamente certo: conseguimos 100% de satisfação nas soluções propostas e feedbacks positivos recebidos a partir de uma pesquisa anônima com as pessoas dos times. 


A cereja do bolo foi também refletir essa estrutura no nosso dia-a-dia de trabalho. Optamos por manter as squads A e B a fim de continuarmos a fomentar essa abordagem participativa, colaborativa e interdisciplinar. Assim, cada time consegue se apropriar de diferentes produtos e projetos, colaborando entre si e entre squads.


Próximos Passos

Os projetos mais promissores serão apoiados para continuar seu desenvolvimento e implementação. Além disso, seguimos com a estruturação dos próximos hackathons, analisando e aplicando aprendizados para fomentar a inovação contínua na educação com o uso de tecnologias emergentes como a inteligência artificial.






Pollyana Azevedo é líder de design na Fundação 1Bi.

 
 

Conteúdo Fundação 1Bi

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